segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A necessidade de definição, não definida - 21/03/11

Defina felicidade
Defina prazer
Defina sucesso
Defina a vida
Pergunto eu
Defina o que é definir
Defina a necessidade de definição
A dúvida, a incerteza, trás algo único
A falta da resposta
A busca
O encontro é subjetivo
Encontro felicidade em tudo
Tenho prazer em cada momento
Sou bem sucedido em não ter respostas
Vivo, porque não sei o sentido de tudo
Se um dia souber, talvez tudo perca o sentido

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A vida e algumas das vidas que nela se vive

Já vivi incontáveis vidas nessa vida
Vidas quase isoladas, quase desconexas
Vidas de um tempo em que não sabia o que era o tempo
Em que meus amigos eram poucos, os filhos dos amigos dos meus pais
Em que meus pais não eram pessoas, eram entidades
Verdades absolutas andantes, enciclopédias humanas
Não imaginava que um dia conseguiria viver sem eles
Vivi também vidas em que queria saber de tudo, mais do que todos
Em que minhas tardes eram minhas, do meu sofá, da minha TV
Em que o mundo era meu, as regras eram minhas, e todos pareciam aceitar isso
Em que eu era especial, e tornava especial quem estava perto de mim
Em que os amigos eram poucos, os que concordavam comigo
Vivi vidas em que ganhei companhia no banco de trás do carro
Em que passei a dividir presentes de Natal
Passei a dividir o sofá, a TV, os brinquedos
Em que aprendi que é possível passar a amar mais pessoas, novas pessoas
Quando segurei um projeto de gente pela primeira vez, e a passei a chamar de irmã
Vivi vidas em que duas vidas passaram a ser uma, ainda que uma vida fossem duas 
Em que assistia filmes com calor humano, ao invés de passar frio de casaco na rua
Em que deixava o pé para fora de calor, mas o tronco coberto para ficar junto
Em que até gostei de coisas que não gostava, por gostar de estar com quem estava
Em que o gostar foi amor, maior, ou diferente, do que até então era meu maior amor, o familiar
Não imaginava que um dia conseguiria viver sem ela
Vivi vidas em que passei a ser dono do meu nariz
Em que aprendi que meu nariz é do mundo, que sou do mundo
Sigo as regras do mundo, minhas tardes são do mundo, mas não queria bem aceitar isso
O que antes eram os meus pais, passaram a ser meus chefes
Com quem a birra de não comer todo o prato no almoço não ajuda em nada
Ao menos os amigos se tornaram muitos, os que se identificam comigo
Agora, vivo vidas em que me imponho ao mundo, ou melhor, tento
Observo o mundo, e do que dele entendo, danço como me é pedido
Mas com os passos do meu gingado, que assim faço ser mais divertido
Com historias de muitas vidas, mesmo ainda no começo da minha
Entendi que monótona a vida não é, ao menos, a quem se dedica a viver
Afinal, a vida é uma constante mudança, até mesmo, de vida